Mudança

Rumo a uma nova frequência

Rádios AM preparam-se para migrar para o sistema FM

Infocenter -

Foto: Infocenter DP

info 25 07 2012


Cerca de 80% das rádios Amplitude Modulada (AM) de todas as regiões do Brasil solicitaram autorização para migrar à faixa de Frequência Modulada (FM), conforme levantamento do Ministério das Telecomunicações. Em Pelotas, a mudança divide as rádios AM. Duas emissoras devem fazer a migração, enquanto as outras duas permanecerão em AM. A mudança deve acontecer até 2018.

A mudança, contudo, não é obrigatória e seu processo não é simples. Os radiodifusores que optaram pela migração terão de arcar com os custos referentes à diferença entre as outorgas de AM e de FM. Os valores variam de R$ 8,4 mil até R$ 4,4 milhões, de acordo com tabela elaborada pelo Ministério das Comunicações, feita com base em critérios como índices econômicos, sociais e população do município em que a rádio está localizada, além do alcance.

A Rádio Universidade (RU), da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), e a Rádio Tupanci começaram, ainda em 2014, a tocar a mudança. A gerente executiva da RU, Clarice Becker, confia que a migração será positiva ao sistema e aos ouvintes. "AM opera um sistema analógico, é difícil encontrar peças de reposição no mercado. A migração pra FM é o caminho", argumenta. O diretor da Rádio Tupanci, Jorge Malhão, concorda que a adaptação visa o futuro. "Esperamos ter melhor qualidade de som sem interferência", estima.

Já as rádios Pelotense e Cultura não pretendem adotar a migração. O operador de áudio da Pelotense, Paulo Couto, alega que não será vantagem para a rádio e para a região, pois a cobertura também será outra em FM. "Vai mudar a receptividade e o sistema AM é diferenciado por isso", afirma, em relação ao alto alcance das rádios AM. Já o diretor geral da Cultura, Leandro Rodrigues, admite ter interesse em qualificar o sinal, entretanto, a burocracia que a migração demanda desestimularia a rádio de dar início às tratativas.

Diferenças 
AM
De acordo com o engenheiro mecânico Flávio José Lorini, rádio AM utiliza uma faixa de frequência entre 540 kHz e 1.600 kHz, condutividade e propagação por ondas terrestres, sujeitas a muitas interferências, ruídos de várias fontes geradoras, o que acaba por prejudicar a recepção domiciliar e móvel. "Além disso, tem uma largura do canal (banda passante) de 10 kHz muito estreita, dificultando a passagem de mais de uma informação. Também devido ao longo comprimento de onda fica difícil, quase impossível, ser disponibilizada em outras plataformas digitais", explica.

FM
"Rádio FM utiliza uma faixa de 88 MHz até 108 MHz, ondas eletromagnéticas, tem uma boa qualidade de áudio, ótima audibilidade, é imune a ruídos eletromagnéticos, tendo uma boa recepção domiciliar e móvel", complementa Lorini. A largura do canal é bastante superior, de 200 kHz, portanto, possibilita a passagem de mais de uma informação, como o sinal do estéreo e canais secundários. "Por causa do pequeno comprimento de onda, facilita a disponibilidade de ser implementado em outras plataformas digitais, que dominam as mídias interativas atualmente", conclui.

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